terça-feira, 14 de outubro de 2008

Artigo sobre Supervisão Educacional e Inclusão

O PAPEL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL FRENTE A INCLUSÃO
(Elisangela G. Macedo)


Hoje, a escola, para caminhar no rumo da verdadeira inclusão, deve ter o compromisso com a mudança. Isso quer dizer que devem ser revistos valores, normas, modelos de aprendizagem, atitudes dos professores, relações interpessoais existentes, expectativas, a participação dos pais, alunos e de todos os elementos da comunidade educativa.
Educação, é um processo para o qual converge a inúmeras variáveis, inclusive a motivação de cada um de nós, somada à crença, de que somos agentes de mudança, de que a educação é, também, um ato político, do qual somos co-participantes, em busca do exercício da cidadania plena, de todos os nossos alunos.
O desafio colocado aos professores é grande, já que grande parte continua a não estar preparada para desenvolver estratégias de ensino diversificado, que o processo de Inclusão exige. A formação continuada de docentes é condição necessária e fundamental para a construção da Escola Inclusiva.
Fundamental ainda é incentivar não só esta formação, que além de esclarecer sobre o assunto, propõe estratégias diversificadas de se trabalhar com as diferenças, mas também a envolver-se no trabalho com alunos “especiais” que acima de tudo desperta no ser humano consciência social.
A Supervisão Educacional num trabalho pedagógico coletivo e compartilhado, com toda comunidade escolar e principalmente com os professores, que trabalha em cima de três competências: política, percebendo a sociedade, a escola e o sistema educacional, como partes de um mesmo processo; humana, através da capacidade de relacionar-se com o professor, a partir da compreensão, aceitação, sensibilização, empatia e consideração pelos outros; e técnica, com conhecimentos e habilidades em métodos, processos, procedimentos e organização de trabalho; consegue desenvolver um trabalho democrático e significativo dentro da escola.
Mas é importante considerar que de pouco valem as teorias se antes delas não se vê o aluno como um ser único, que vai promover mil interrogações e desafios na cabeça do educador, a quem compete adequar esta ou aquela teoria a solução daquele caso específico. As teorias são muito bem-vindas quando a elas estiver aliada a “pedagogia do dia-a-dia”, ou seja, o conhecimento e a experiência associadas a boa vontade e intuição do educador.
O supervisor de que estamos necessitados é aquele capaz de estabelecer a relação entre a filosofia superior e o senso comum, entre o pensamento dos especialistas e o de todos os homens. É, enfim, aquele supervisor cuja figura possa ser percebida pelas massas docentes como a referência para a concretização de seu projeto educacional. Para que um projeto se elabore e se aperfeiçoe é necessário e possível fazer da supervisão um fórum permanente de debate e avaliação do sentido do projeto educacional que se desenvolve. Uma vez que disposição de trabalho e capacidade crítica, são condições perfeitamente evidenciáveis entre professores e supervisores.
Assim como o professor, o Supervisor não pode jamais se manter fora do processo de constante crescimento. Supervisionar uma escola, nos tempos de hoje, é um grande desafio, significando estar aberto para aquisição de conhecimentos, para a mudança, para o mundo, para a vida. Não é esta por sinal, a própria condição do Educador?
Contudo, o caminho está num trabalho em equipe bem organizado, baseado num projeto político-pedagógico consistente, democrático, sensível às diferenças, com credibilidade; no assessoramento e formação continuada dos professores; em pensar no educando como ser único, com experiências próprias e capacidade para ser agente de sua auto-aprendizagem, superando limitações ou dificuldades; e em conseguir engajar todos nos mesmos objetivos e propostas, acreditando e “abraçando” a real Inclusão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ministério da Educação e Cultura. Projeto Escola Viva, Garantindo acesso e permanência de todos os alunos na escola. Brasília, 2002. Vol 1, 2, 3, 4, 5.

Um comentário:

Danipedagoga disse...

GOSTEI MUITO DO SEU TEXTO E APROVEITEI ALGO PARA MINHA MONOGRAFIA DE PÓ-GRADUAÇAÕ EM SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL.
DEUS TE ABENÇOE GRANDEMENTE